Data de publicação:12.12.2021<Voltar

COVID-19 Dados e Informações – Dezembro 2021

APRENDEMOS (e estamos aprendendo) COM A PANDEMIA – (10) O Aparecimento de Novas Linhagens II:  “o surgimento de novas cepas do vírus Sars-CoV-2, ou mutações, como também são conhecidas, é esperado pela ciência, mas há risco de disseminação em todo o país.” A afirmação foi feita pelo pesquisador e coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da FIOCRUZ, Rivaldo Venâncio, durante audiência pública em 1/6/2021, na Câmara dos Deputados. 

No APRENDEMOS COM A PANDEMIA (9) ficamos sabendo que as variantes são classificadas em de interesse e de preocupação. Podem ainda ser classificadas como de alta consequência.

Ainda segundo os cientistas, “a de interesse” chama atenção no início e apresenta alterações menores no ponto de ligação entre o vírus e a célula humana, além da redução da neutralização por anticorpos ou da eficácia de tratamento ou que possa interferir no diagnóstico da enfermidade.

Já as “de preocupação”, como a Alfa, Beta, Gama e Delta, podem alterar as propriedades do vírus, interferir no aumento da transmissibilidade, agravamento das manifestações clínicas e ainda afetar a eficácia do tratamento ou vacina.

As variantes “de alta consequência” são as que dificultam o diagnóstico, reduzem significativamente a efetividade das vacinas e provocam aumento na proporção de internações. “Felizmente, até o momento, não surgiu nenhuma variante de alta consequência”, destacou Venâncio.

A OMS em junho de 2021 para facilitar a comunicação sobre mutações e evitar a estigmatização dos países onde foram detectadas pela primeira vez decidiu usar as letras do alfabeto grego para nomear as cepas. Assim, a variante britânica (B.1.1.7) passou a se chamar Alpha; a sul-africana (B.1.351), Beta; enquanto a brasileira (P.1) foi rebatizada como Gama. Já a variante indiana B.1.617.2 foi denominada de Delta.

A OMS pediu que a imprensa passe a adotar a nova nomenclatura e evite associar novas cepas ao local onde foram detectadas. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.

Historicamente vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como, por exemplo, o ébola que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser prejudicial e impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918, cujas origens são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos surgiram no estado do Kansas, nos Estados Unidos. “Nenhum país deve ser estigmatizado por detectar e reportar variantes do coronavírus”, afirmou Maria Van Kerkhove, chefe técnica de resposta à covid-19 da OMS.

A OMS já identificou 13 variantes do coronavírus. Quatro delas são consideradas “de preocupação”. Entre elas, a variante Delta, identificada em 124 países, inclusive no BRASIL. O infectologista Werciley Júnior (chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Lúcia em Brasília) explica que a variante Delta é mais ameaçadora porque se espalha com mais facilidade. Com a primeira cepa do coronavírus uma pessoa doente poderia contaminar de 2 a 3 pessoas, mas com a variante Delta pode chegar a 12 pessoas.

Nu é a 13ª letra do alfabeto grego, enquanto Xi é a 14ª e ômicron é a 15ª.  A OMS não seguiu a própria recomendação neste caso. O motivo alegado é o mesmo que fez o órgão adotar o alfabeto grego: evitar estigmatização, confusões e preconceitos. A 13ª letra, Nu, tem sua pronúncia facilmente confundida com a palavra “new”, que significa “novo” em inglês. Ou seja, o nome seria confundido com “variante nova”, em inglês. Já Xi é um sobrenome bastante comum em países, como a China, sendo, inclusive, o sobrenome do presidente do país asiático, Xi Jinping. “As melhores práticas da OMS para nomear novas doenças sugerem evitar ofender quaisquer grupos culturais, sociais, nacionais, regionais, profissionais ou étnicos”, diz a OMS.

A nova variante batizada de ômicron (B.1.1.529), foi descoberta em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul em meados de novembro último. Os primeiros registros ocorreram nas cidades de Joanesburgo e Pretória, na província de Gauteng. No dia 3/12/2021, autoridades sul-africanas afirmaram que sete das nove províncias do país já haviam registrado casos da variante. Mais de 50 países já confirmaram casos da ômicron, inclusive o BRASIL, os Estados Unidos e vários na Europa.

Quão perigosa é essa Nova Variante? Na verdade, Não se Sabe, ao Certo, Ainda. Pesquisadores estão preocupados com o fato de a ômicron conter um número considerado alto de mutações. Foram encontradas 32 mutações na chamada proteína spike (S), que o vírus usa para se prender a células humanas e infectá-las. Na variante Delta, considerada altamente infecciosa e dominante no mundo foram encontradas oito mutações.

O próximo: (11) “O RISCO, a VACINA e a ÔMICRON”

Veja também os anteriores com um clique abaixo:

(1) Máscara PFF2 (Peça Facial Filtrante) e (2) Desinfetar Não é Tão Importante Assim

(3) Circulação Adequada de Ar pelo Ambiente e (4) Somente Medir Não Adianta

(5) A doença vai muito além do Sistema Respiratório, (6) Testes devem ser Usados com Inteligência e (7) Tratamento Precoce (ainda) Não Teve Sucesso Aceito e Comprovado

(8) O Vírus tem Múltiplas Facetas, mas está sendo Derrotado, (9) O Aparecimento de Novas Linhagens I

 

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