Data de publicação:30.10.2021<Voltar

COVID-19 Dados e Informações – Outubro 2021

APRENDEMOS COM A PANDEMIA – 7) Tratamento Precoce (ainda) Não Teve Sucesso Aceito e Comprovado: o sonho de todo médico que atua na linha de frente do combate à pandemia e, acredito, de todos NÓS, era de ter um remédio que pudesse ser prescrito logo no início dos sintomas e fosse capaz de curar de vez a Covid-19. Para isto vários medicamentos foram e continuam sendo testados no mundo todo, mas infelizmente nenhum mostrou resultado totalmente satisfatório até o momento. Entre esses medicamentos estão a hidroxicloroquina, a ivermectina, a azitromicina, a nitazoxanida e vários outros integrantes do “Kit covid”. Alguns até mostraram algum efeito positivo, mas nenhum, até agora, se mostrou cientificamente eficaz e com apenas efeitos colaterais que sejam plenamente superados pelos benefícios. Os estudos continuam e com o avanço do conhecimento, como acontece em várias outras áreas, será possível encontrar um medicamento eficaz ou até, quiçá, eficiente.

“Nos testes iniciais, com culturas de células e cobaias, algumas dessas substâncias até mostravam algum efeito. Mas quando as pesquisas evoluíram para seres humanos, esses resultados não se mantiveram”, contextualiza o infectologista Celso Granato.

Já no que se refere à evolução terapêutica, esta foi maior, principalmente se consideramos os casos mais graves de covid-19, que exigem cuidados hospitalares e até UTI. “Com o tempo, aprendemos o valor da ventilação mecânica e de medicações que aumentam a sobrevida do paciente, desde que administrados no momento certo, como é o caso de alguns anti-inflamatórios e anticoagulantes”, conta a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 

Na próxima: “8) O Vírus tem Múltiplas Facetas, mas está sendo Derrotado”

 

(16-10-2021) APRENDEMOS COM A PANDEMIA – 6) Testes devem ser Usados com Inteligência: no início da pandemia até fazia sentido: por que não fazer exames periódicos em todas as pessoas, de modo a encontrar os casos assintomáticos ou mesmo antes dos primeiros sinais da doença aparecer? Essa lógica, porém esbarra em questões práticas. Programas de testagem é algo difícil de se manter por falta de equipamentos e recursos. Pode ainda levar ao desperdício ou subutilização de insumos valiosos.

É por isso que muitos especialistas defendem o uso de exames apenas de forma otimizada, ou seja, com o objetivo de reduzir a transmissão do coronavírus na comunidade. “Vamos supor que um paciente com sintomas faz o teste e dá positivo. O próximo passo seria ir atrás das pessoas com quem o infectado teve contato nos últimos dias, para que elas também sejam avaliadas”, exemplifica o diretor do Fleury Granato. “Assim os indivíduos que estiverem infectados,  mesmo sem sintomas, são identificados e isolados antes que transmitam o vírus para outros, cortando a cadeia de transmissão”, completa o infectologista.

Esse método, chamado de rastreamento de contatos, nem é algo tão inovador assim.  A “novidade” é que a tecnologia hoje disponível ajuda a aumentar a sua eficácia: os quarentenados podem fazer consultas por aplicativos de videochamada ou receber orientações por mensagens de texto, por exemplo. O maior problema, como mencionado, fica por conta da disponibilidade de recursos.

Na próxima: “7) Tratamento Precoce (ainda) não teve Sucesso Totalmente Comprovado”

(03-10-2021) APRENDEMOS COM A PANDEMIA – 5) A doença vai muito além do Sistema Respiratório: parecia simples –  o coronavírus invade o nosso corpo através das células da superfície dos olhos, do nariz ou da boca e com o passar do tempo atinge as vias aéreas superiores e região da garganta, onde dão os sintomas clássicos de tosse seca, febre e cansaço. Nos casos mais graves, os pulmões são tomados (o que ocasiona a falta de ar), e isso exige tratamentos mais intensivos e há risco de morte. A prática, porém, revelou que essa trajetória viral é muito mais complexa do que o inicialmente esperado.

“Em alguns pacientes, encontramos o coronavírus em outras partes do corpo. Detectamos, por exemplo, o agente infeccioso nas fezes de algumas pessoas, que tinham a diarreia como único sintoma”, relatou Celso Granato, diretor do Fleury Medicina e Saúde. “Percebemos então que não estávamos lidando com uma doença pulmonar, mas, sim, com uma enfermidade do endotélio, que é uma camada de células que reveste o interior de nossos  vasos sanguíneos”, explicou o infectologista. “Com isso, apesar do foco maior nos pulmões, passamos a entender que COVID-19 também poderia acometer os intestinos, o coração, o sistema circulatório, os rins, o cérebro…”, completa.

Um outro fator importante nessa história. Muitas das doenças infecciosas são autolimitadas, ou seja, a pessoas contrai o vírus, a bactéria ou o fungo, desenvolve os sintomas e, após alguns dias, o quadro melhora ou piora de vez. O final dessa história é a cura ou a morte. Esse é o rito que sucede na maioria das vezes após o resfriado, a gripe, o ebola… A COVID-19 mostrou ser muito mais complexa e há muitas pessoas que seguem apresentando incômodos meses após a infecção inicial. Para piorar, a diversidade desses desdobramentos é algo que intriga médicos e cientistas. Um artigo de julho de 2021, publicado pela Universidade College London (Reino Unido) listou 200 possíveis sintomas diferentes da covid longa.

“Esses são fenômenos inesperados e desconhecidos”, admite Granato. “Ao longo desse tempo, nós aprendemos a ficar de olho nos sintomas diferentes e acionar colegas especialistas naquilo, como cardiologistas e neurologistas”, complementa a infectologista Raquel Stucchi da Unicamp.

Na próxima semana: “6) Testes devem ser usados com Inteligência”

Veja também os anteriores com um clique abaixo:

1) Máscara PFF2 (Peça Facial Filtrante) e 2) Desinfetar Não é Tão Importante Assim

3) Circulação Adequada de Ar pelo Ambiente e 4) Somente Medir Não Adianta

 

 

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