Data de publicação:18.09.2021<Voltar

Covid-19 Dados e Informações – Setembro 2021

APRENDEMOS COM A PANDEMIA – 4) Somente Medir Não Adianta: um “procedimento clássico” adotado desde o início da pandemia envolve os termômetros, ou seja, um funcionário é designado para ficar na entrada do estabelecimento comercial ou público para medir a temperatura das pessoas que passam por ali. No começo, o mais comum era a medição na testa, mas uma notícia falsa que circulou nas redes sociais e WhatsApp dizia que os “raios infravermelho” do aparelho podiam mexer com o cérebro. Isso fez com que a temperatura passasse a ser checada no pulso. Essa prática, aliás, continua em muitas regiões do BRASIL. O problema é que essa estratégia pode deixar escapar muita gente infectada com Covid-19. Primeiro: a pessoa sem febre não necessariamente significa que ela não esteja infectada com o Coronavírus. Segundo: existe controvérsia sobre a precisão da medição e até da disposição do funcionário encarregado de levantar a questão. Quantas pessoas você já viu “barradas” devido a medição?

A infecção pelo Coronavírus demora alguns dias para apresentar sintomas como a febre e nesse período a pessoa pode transmitir o vírus. Já se admite que outros sintomas da doença como diarreia, conjuntivite, perda de olfato e paladar podem se manifestar primeiro. Outro aspecto é que uma parcela significativa dos acometidos não apresenta sintoma algum e, mesmo assim, pode repassar o agente infeccioso.

É preciso atenção com o fato de que os termômetros podem reforçar uma falsa sensação de Segurança, em que os indivíduos com a temperatura normal acham que estão livres do perigo, quando a realidade é bem mais complexa do que isso.

Na próxima semana: “A doença vai muito além do Sistema Respiratório”

(05-09-2021) APRENDEMOS COM A PANDEMIA – 3) Circulação Adequada do Ar pelo Ambiente: um trabalho publicado em maio de 2020 ajudou para que os cientistas pudessem entender melhor a dinâmica de transmissão do Coronavírus. Especialistas do Condado de Skagit, Estado de Washington, nos Estados Unidos registraram o caso dos participantes de um Coral. No dia 17 de março de 2020, 61 dos integrantes do grupo se reuniram para um ensaio numa sala fechada. Uma pessoa presente, verificou-se depois, estava infectada com a Covid-19. O resultado foi que, alguns dias depois, 52 tinham suspeita ou Covid-19 confirmada (85% dos presentes). A partir deste fato, começou-se a prestar mais atenção aos clusters de espalhamento do Coronavírus, que geralmente acontecem em locais fechados e pouco ventilados, afirmou o Físico e Doutor em Engenharia Biomédica Vitor Mori, pesquisador da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos. Para Mori, isso faz todo o sentido quando lembramos que o vírus também é transmitido através dos aerossóis, que saem da boca e do nariz quando espirramos, tossimos e falamos (vide APRENDEMOS COM A PANDEMIA 1: https://www.geriskpetroleo.com.br/covid-19-dados-e-informacoes-agosto-2021/),

É o caso do grupo cantando no Coral. As gotículas ficam vagando pelo Ambiente, especialmente quando não há Circulação adequada do Ar. Já se o local conta com uma brisa ou um sistema eficiente de trocar de ar, os aerossóis infectados acabam “diluídos” e descartados antes de serem inalados por outras pessoas. Foi através deste trabalho e de outras investigações publicadas posteriormente que foi possível entender melhor a importância de manter as janelas abertas e o ambiente arejado ou, de preferência, realizar atividades ao ar livre, diz Mori. O pesquisador conclui, “para mim, a falta de ênfase sobre a importância dos locais abertos e da ventilação foi um dos maiores erro que tivemos na condução da pandemia.”

Gostou? Então divulgue: somente Medir a Febre Não é Suficiente será o assunto da próxima semana.

COMPARTILHE: