Data de publicação:18.04.2020<Voltar
PETROBRAS: de onde virá o corte de 200 mil barris por dia ?
A PETROBRAS informou ao mercado sua decisão de reduzir a produção em 200 mil barris por dia (01/04 e 07/04), como forma de enfrentar a crise atual (COVID19, OPEP x Russos etc.), a queda da Demanda Nacional e ajudar a equilibrar a oferta Mundial (de acordo com profissionais da empresa, chegou inclusive a ser consultada pela OPEP). A meta divulgada pela companhia para abril de 2020 é a produção de 2,07 milhões bpd. Em 2019, a PETROBRAS extraiu diariamente 2,172 milhões (média). A meta para 2020 era um aumento de 2,8%.
O boletim mensal da ANP mostra que foram produzidos no BRASIL, em fevereiro de 2020, 2,972 milhões de bpd de petróleo e 129 milhões de m3 de gás natural, sendo que 1,993 milhões desse total tiveram como origem 118 poços do pré-sal.
questão relevante:
Hibernar 62 plataformas em campos de águas rasas (16/04), sobretudo neste momento, é a melhor alternativa que se dispõe para atender às necessidades de caixa da PETROBRAS?
Quarenta e duas das plataformas que estão sendo hibernadas se encontram nos estados do Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará e dados da ANP mostram que produziram menos de 45 mil bpd em fevereiro último (Figura 1).
Diferentes estratégias são utilizadas para equacionar problemas de viabilidade econômica comuns em projetos de E&P, além da hibernação de plataformas. Frequentemente uma das alternativas é a redução da produção. No pré-sal, com o fechamento de apenas dois poços pode-se obter uma redução de produção superior a 50 mil bpd.
Que a maioria das unidades hibernadas enfrenta dificuldades de viabilidade econômica é fato e deve ser considerado. Que esta produção, além dos empregos diretos, gera outros adicionais, estimados da ordem de 1:10 (mínimo de dez para cada um da petroleira) onde as operadoras atuam, é fácil de se verificar. A PETROBRAS afirma que vai manter ou oferecer mais um PDV para seus funcionários atuantes nas unidades paralisadas. E quanto aos empregos terceirizados e outros demandados pela atividade: quem vai garantir?
Outro ponto que deveria ser estudado de forma mais abrangente, em relação ao seu custo-benefício social, na atual conjuntura, é o desestímulo à produção onshore (hibernação das instalações da CPT de Sondas de Perfuração Terrestres: SC-86, SC-95, SC-117 e Unidades de Arame) mesmo que seu custo de produção seja superior à receita. No objetivo social, e portanto para os custos do governo que financiamos, pode ser mais vantajoso manter em operação.
Vivemos uma pandemia que vai gerar um custo econômico-social que ninguém sabe avaliar com precisão no momento. Passar por esta crise exigirá sacrifícios, colaboração e apoio entre as nações, os governos, as empresas e cada um de nós. A PETROBRAS como uma empresa nacional, cujo maior acionista é a União (governo), ou seja, o representante de todos nós, deve também dar sua importante e essencial contribuição.
Links com dados e informações PETROBRAS mencionados
07.04.2020 https://petrobras.com.br/fatos-e-dados/informamos-sobre-producao-de-petroleo-em-abril.htm
01.04.2020 https://petrobras.com.br/fatos-e-dados/adotamos-novas-acoes-de-resiliencia.htm
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