Data de publicação:27.09.2020<Voltar
Investimento em E&P 2021-2025 da nossa PETROBRAS: algumas dúvidas que precisam ser esclarecidas ?
E&P 2021-2025 Investiment from our PETROBRAS: some doubts that need clarification.
As diretrizes divulgadas na revisão do portfólio de E&P 2021-2025 da PETROBRAS (14/09/2020) são: a) dívida bruta de 60 bilhões em 2022, b) projetos breakeven e c) revisão de toda a carteira de investimentos.
Como estou fazendo um estudo dos desinvestimentos da PETROBRAS tenho curiosidade e interesse em saber a resposta para as seguintes dúvidas:
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1- DESALAVANCAGEM: adotar como valor de referência US$ 25/boe e não os 35. Produzimos hoje cerca de 3 milhões de boe, o CAPEX está incluso na dívida da empresa e o OPEX divulgado é de no máximo 9 US$ por boe produzido. A diferença do Brent (35-25=10) poderia ser usada para redução da alavancagem e corresponde a (10*3MM*365 = 10,95 bi) dez bilhões de dólares ano. Onde está o erro no raciocínio?
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2- BREAKEVEN: a maioria da produção são de campos maduros e portanto com o CAPEX já amortecido (verificar caso a caso). Considerando US$ 25/boe os projetos, novos ou não, só seriam implementados com financiamento tendo como garantia parcela da produção de óleo do próprio campo. Caso não seja possível ficariam aguardando “sobras de caixa”. Por que não é possível?
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3- REVISÃO da CARTEIRA: projeto que comprovadamente não atenda o preço referência seria um candidato natural para desinvestimento com a venda de 75%, um farm out onde PETROBRAS permaneceria obrigatória com 25%. Faria “caixa” e continuaria com parte dos resultados resultante dos investimentos e valor gerado por terceiros?
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4- 71% do TOTAL de INVESTIMENTOS nos ativos do PRÉ-SAL não é um % elevado? No caso de algum problema (conjuntural ou estrutural) como o brent a US$ 20 ou um acidente como Macondo poderia trazer problemas e dificuldades adicionais para a saúde financeira da empresa? Assumindo que seja um Ativo de classe mundial, seria fácil obter investimentos dando como garantia o óleo a ser extraído do campo.
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5- se a PETROBRAS não consegue atingir o breakeven para um campo, como uma empresa de menor porte que está adquirindo (investindo) vai conseguir? A PETROBRAS não pode fazer o mesmo?
Antecipadamente agradeço os esclarecimentos que vão me proporcionar um aprendizado.
Divulgada a revisão do portfólio da PETROBRAS. A nova projeção representa um corte de 37% em relação a anterior.
De acordo com empresa “a revisão visa maximizar o valor do portfólio do E&P, com foco em ativos de classe mundial em águas profundas e ultra-profundas. A revisão do portfólio está de acordo com as premissas de preço divulgadas nos resultados do primeiro trimestre. Além disso, foram consideradas as seguintes diretrizes: (a) foco na desalavancagem, atingindo a meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões em 2022; (b) foco na resiliência, priorizando projetos com breakeven de preço de Brent de no máximo US$ 35/barril e aderentes à estratégia de companhia; (c) revisão de toda a carteira de investimentos e desinvestimentos.”
“Búzios e demais ativos do pré-sal passarão a ter uma importância ainda maior na carteira da companhia, representando aproximadamente 71% do investimento total do E&P para 2021-2025, contra 59% no Plano Estratégico de 2020-2024. Os investimentos nesses ativos de classe mundial, nos quais somos o dono natural, estão em linha com nossos pilares estratégicos, sendo resilientes a preços mais baixos de óleo.”
“Com a revisão de portfólio, a Petrobras decidiu incluir novos ativos na sua carteira de desinvestimentos.”
Sou engenheiro aposentado da PETROBRAS onde trabalhei 37 anos na área de E&P. Especialista em Drilling e Risk Management e organizador da Metodologia GERISK. Fui Fiscal de Perfuração (Amazônia, SEAL, BC, RN, ES e BA). Projetista de Poços, Líder de P&D, Membro do GAP: Grupo Multidisciplinar de Análise de Risco. Consultor em projetos Exploratórios e Explotatórios (BRASIL, Colômbia e Argentina). Revisão em auditoria em poços (terra, pós e pré-sal).
Ministrei cursos: Perfuração, Completação, Produção, Viabilidade e Análise de Risco. Tenho mais de 90 participações e publicações em Congressos Nacionais e Internacionais, incluindo menção honrosa na Rio Oil 2006. Atualmente como Diretor Técnico de GERISK Petróleo presto consultorias em análise de risco e viabilidade de campanhas exploratórias, desenvolvimento da produção, campos maduros e descomissionamento.
The guidelines disclosed in PETROBRAS E&P 2021-2025 portfolio (09/14/2020) review are: a) gross debt of 60 billion in 2022, b) breakeven projects and c) review of the entire investment portfolio.
As I am doing a study on PETROBRAS divestments, I am curious and interested in knowing the answer to the following questions:
1- Deleveraging: adopt as a reference value US $ 25 / boe and not the 35 mentioned. Today we produce around 3 million boe, CAPEX is included in the company’s debt and the OPEX disclosed is at maximum US $ 9 per boe produced. The Brent difference (35-25 = 10) could be used to reduce leverage and corresponds to (10 * 3MM * 365 = 10.95 billion) ten billion dollars a year. Where’s the error in this thinking?
2- BREAKEVEN: most of the production is from mature fields and therefore with CAPEX already amortized (need to check case by case). Considering the limit of US $ 25 / boe for the projects, new or not, would only be implemented with financing having part of the oil production of the field itself as a guarantee. If this is not possible, they would be waiting for “cash leftovers”. Why is it not possible?
3- PORTFOLIO REVIEW: a project that is proven not to meet the reference price would be a natural candidate for divestment with the sale of 75%, as a farm out, where PETROBRAS would remain with a mandatory 25%, making “cash” and continuing with part of the results, coming from investments and value generated by third parties?
4 -Isn’t 71% of the total investments in Pre-Salt assets a high percentage? In case of any problem (cyclical or structural) such as Brent at US$ 20 or an accident like Macondo, couldn´t it bring additional problems for the company’s financial health? Assuming it is a world-class asset, it would be easy to obtain investments giving the oil to be extracted from the field as a guarantee.
5- If PETROBRAS cannot reach the equilibrium point for a field, how would a smaller company that is acquiring it (and investing) achieve it? Can’t PETROBRAS do the same?
I thank in advance the clarifications, that will contribute to my learning.
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